terça-feira, 11 de setembro de 2007

os Pauliteiros de Santiago | dia 6 - ai!! 8 horas de música!!!

Etapa 6 | Padrón a Santiago de Compostela


Depois de um estendal como o da noite anterior houve quem acordasse esperando a vingança dos escuteiros… o facto é que o nosso criativo os tinha metido num bolso… e eles, foram-se embora para Santiago sem dar troco…

E ainda bem, pois a nossa última etapa, uma das mais longas do caminho, ameaçava durar o dia todo… isto porque uma pauliteira, que não quis furar as bolhas de água, acabou com uma bolha de sangue… e coxa… Mas, como um pauliteiro dos verdadeiros não se cansou de repetir durante todo o caminho, “ninguém fica para trás” a malta corajosamente enfrentou a perspectiva da infinita etapa com um sorriso nos lábios…

Afinal não durou assim tanto… não ajudou ser uma etapa grande e sem grandes belezas com que nos entretermos… por isso mesmo a viola não teve descanso! Foram 8 horas seguidas de concerto, em que não parámos de cantar nem de andar… quem sabe tocar viola toca, quem sabe cantar canta e até houve quem se aventurasse em novíssimos domínios com o cavaquinho, conseguindo um brilhante sol-e-dó para acompanhar a cantoria…

Lá chegámos a Santiago… a cantar o famoso cântico dos passos que se ouvem a caminhar… pelas três da tarde hora à qual nos abancámos na Praza do Obradoiro e finalmente descansámos… quer dizer, havia quem não estivesse assim tão cansado quanto isso e decidisse finalmente fazer jus ao nome de pauliteiros que tomámos e dar melhor uso aos cajados do que aquele que tinham tido até então. A coreografia veio a revelar-se traiçoeira… e particularmente violenta para alguns dos pauliteiros envolvidos…

Depois desse belo momento de batidelas de paus sincronizadas lá fomos atestar que chegáramos ao fim do caminho, e pedir a nossa Compostela, enfrentando a fila e a multidão… foi aí que recebemos um banho de água fria: todos os albergues da cidade estavam ocupados; a nós restava-nos ir para o Monte do Gozo! Toca a pegar nas mochilas e ir apanhar o autocarro que nos deixou no sopé do referido Monte… é verdade, mesmo no fim do caminho ainda mais uma subida pela frente… e quando chegámos à entrada do complexo para peregrinos mais outra subida pela frente… e não, não era gozo… íamos mesmo ficar a dormir láááááá em cima…e sobe…e sobe…e mais um bocadinho…


Estávamos nós ainda no processo de saber se teríamos um quartito onde nos acomodarmos quando um presbítero sorridente nos ouviu falar português e pensou em juntar-nos às ovelhas do seu rebanho… e se bem pensou, melhor o fez… quarto ainda não, banho muito menos, mas missa… ah essa já estava garantida, e apenas dentro de 8 minutos, quisesse a gente ir… ainda houve quem tentasse escapar-se “que é essa cena da missa?” …mas o nosso guia espiritual alto e branco estava atento, e lá do cimo da sua altura ditou a sentença: vamos lá agradecer por termos chegado!


O grupo de meninas que acompanhava o sorridente padre (dando-lhe amplos motivos para sorrir…) provou ser um excelente coro a capela, mas nada que se comparasse à excelência da voz do nosso baixo… que por acaso era o nosso guia espiritual alto e branco!


Após o momento de acção de graças era tempo de cuidarmos do corpito: banhito, jantarito e tal… e também alguma diversão para animar a malta, que isto de vir a Santiago não pode ser só trabalho… vai daí o pessoal foi até à barraca 14, onde era suposto haver festa rija com disconight e tudo… não havia, mas parece que assim mesmo ainda houve quem arriscasse uns passinhos de dança… mas a coisa não convenceu e a malta preferiu ir ver as estrelas…

... ou ver mesmo estrelas…e ver uma tal de garrafa de vodka preta a passar de um lado para o outro…e a puxar o tolde, e tal, por causa do frio… diz quem estava que aquilo a dada altura mais parecia a wrestling mania… já ouviram falar do triângulo de Verão, certamente, temos aqui mais abaixo um post dedicado a isso… pois vão até lá e espreitem… e depois digam se deitar debaixo do céu estrelado, procurando Deneb, Altair e Vega não é a melhor maneira de chegar finalmente a Santiago!

2 comentários:

cláudia disse...

oh meus amigos o monte do gozo...foi um gozo...
quer dizer uma disco em que o jet e dançar com bolhas,depois as estrelas parece que o seu brilho é mais intenso...ai e tal.
eu gostei do monte do gozo,sim gostei! e ver as estrelas, memso com o frio foi especial, os "cobertores que tinhamos não eram la grande coisa"...
até sempre Santiago

cláudia disse...

ah e as 6 horas de música sem parar...foi uma bela manifestação de amizade...