domingo, 2 de setembro de 2007

os Pauliteiros de Santiago | dia 4 - ai surpresas!!!

Etapa 4 | Pontevedra a Caldas de Reis





Tivemos uma alvorada alvoraçada, uma vez que o Frango e as escuteiras acordaram com vontade de se pôr a milhas de nós… quer dizer, eles já tinham ido prá cama com essa vontade, mas dada a circunstância de estarem a pé e o albergue mais próximo ficar a 20 km, acharam que, mal por mal, era preferível arriscarem o pescoço e dormir ao nosso lado… gente com mentezinhas perversas… nós somos incapazes de fazer mal a uma mosca! (só mais uma vez pra quem não apanhou: a gente não faz mal… à mosca…)

A caminhada até Caldas de Reis prometia muito verde, muito pasto, muita vaca… e nós lá fomos, cada vez com mais bolhas, cada vez mais coxos, mas sempre com muito boa disposição… e não era para menos: mais ninguém tinha o entretenimento musical durante a viagem que a nossa viola proporcionava… ao princípio a malta achou que levar a viola era arriscado… seria muito peso?… depois começamos a dar concerto nos albergues… se calhar trazer a viola nem foi assim tão mal pensado quanto isso… e depois já dávamos concerto pelo caminho! (particularmente durante as pausas técnicas, em que éramos ultrapassados pelos nossos companheiros espanhóis de pernoitada nos albergues; a viola dava um jeitão: é, é… a gente não chega mais cedo porque vem a cantar pelo caminho, pois claro… é só por isso…)

A malta gostou tanto de caminhar nesse dia que até fez um desvio para ver umas cascatas e uns moinhos… subimos até ao cimo das cascatas para ver a paisagem e só apetecia dizer: Arthur! I can’t believe it!

… lá em cima havia um restaurante que assa borrego (ou porco, segundo o ponto de vista) como se fosse frango … a paragem serviu também para nos recompormos e ganharmos forças porque nesse dia não íamos ficar no albergue de Briallos, com os restantes peregrinos, mas íamos apontar directamente para Caldas de Reis… só mais 4 km, coisa pouca!

Chegados a Caldas fomos até um colégio de freiras que costuma receber peregrinos, todas as semanas do ano… menos nesta!… Arthur! I can’t believe it!

Lá conseguimos um contacto na policia e ficámos alojados noutro colégio… este não de freiras, mas de padres. Era chegado o momento de cumprir mais uma tradição, esta comum a mais do que um pauliteiro, e ir jantar ao Muiño: pimientos de Padrón, tapas diversas e tintoli! Houve quem se consolasse só de comer os pimentitos, houve quem achasse que o raio das tapas não davam prá cova de um dente… no final, uma tradição a manter pelo local, pela vista e pelo ambiente…

O regresso a casa reservava ainda uma surpresa. Afinal estávamos num local chamado Caldas, logo com fontes de água termal… A primeira paragem foi só para molhar os pezitos numa fonte pública onde se podiam encher garrafões e molhar a cara… mas a segunda paragem foi num tanque! Quem tem calção ou biquini entra lá pra dentro, quem não tem ajeita-se como pode e entra na mesma… o que conta é o banhinho de água quentinha, deixa lá o cheiro a ovos podres! Bom se calhar quanto ao cheiro podia-se fazer alguma coisa… arranjar assim uma fragrância mais frutada, mais doce, mais aroma amora… tipo vodka preta!!!

Um copito mais tarde (ou mesmo dois) e estava a fazer-se hora de irmos experimentar o conforto das nossas colchonetes pela primeira vez… e talvez por isso mesmo, por elas não serem assim tão confortáveis quanto isso, houve quem não quisesse aquecer o lugar e preferisse uma incursão às rosas dos senhores padres, seguida de uma serenata “♫ Linda donzela, vem à janela ♪”…

(aqui convém referir que as lindas donzelas tiveram um pequeníssimo problema técnico com a abertura da mesma… e vai daí decidiram ir ter directamente com os trovadores de serviço… acham que os gajos se viraram pra cantar pra elas? nada! continuaram resolutamente a enfrentar a janela e mandaram as donzelas de volta, abrir a persiana… isto sim, meus senhores, é da pinta!)

… quiçá para desfazer a má impressão causada pela musiquita que tinham dedicado às meninas no dia anterior…

Nesta noite não houve hipótese: ninguém dormiu… nem de olho aberto, nem de olho fechado…

9 comentários:

artur disse...

só queria dizer que estas horas de post...têm 3 horas de atraso...deve ser do fuso horário de alguma coisa:D

Miguel disse...

Ouvi dizer de fonte segura, que os FABULOSOS Trovadores que brindaram as meninas com tão belo gesto, são uns cantores magnificos e que nunca houve uma serenata cantada com tanta alma!....

;-)

cláudia disse...

Rezam as más línguas que foi... sentimento de culpa por certas musiquinhas dedicadas a umas dadas escuteiras. Mas eu não sei de nada não vi,nem ouvi nada...

Sandra disse...

:) Sim, é verdd.. A cláudia nao ouvia mm nada, teve d se lhe arrancar os tampoes dos ouvidos pq senão os trovadores bem podiam cantar e cantar e cantar que para ela nada s passava... Mas estiveram bem, fica sp bem tentar remediar as coisas assim c umas coisinhas boas: vodka preta, rosinhas roubadas aos padres, serenata c alma!!...Eles sabem cm fazer as pazes!! ;)

Júlio Pereira disse...

hoje em dia os programas de fotos são tão bons que parece mesmo que as pessoas estavam lá... :)

Orgulho-me de lá ter estado, (apesar das figurinhas...)
Obrigado amigos!

P.s. fazer as pazes?! Hum... "não vás por aí!!!" EH Eh Eh

cláudia disse...

Eu tinha medo Júlio...acho que a tua estadia na terra das 7 colinas esta por um fio...que ricas fotos...evangelizar requer medidas drásticas, pois pois...

Júlio Pereira disse...

para evangelizar é preciso ir ao encontro das necessidades e da realidade envolvente... Se não vamos ao lugares nao podemos levar nada do que queremos... :P A presença, por si só, é idificante... :)

uiulala disse...

idificante? pois... se fosse edificante eu ainda lá chegava... assim... deve ser por ser Lisboa, aquilo lá em baixo é um tantito diferente daqui de cima...

Júlio Pereira disse...

se coloca-se correcto voces iam pegar pelo conteudo assim pegam apenas pela forma e percebem a mensagem na mesma :P