sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

“Convosco até num Iglo quentinho!”- A Prova- Parte1

Depois de longos dias de preparação, longas noites de cálculos (com o GPS, certamente…) o primeiro grupo partiu do Porto, logo pela manhãzinha, rumo ao destino para preparar tudo (um ilustre banquete inclusive) para outros dois membros ausentes, em actividades pastorais e tal e mais outros dois, esses, chegariam ainda mais tarde, já para o jantar. Mas por ordem! Foi logo após a missa que um ilustre elemento (digo não digo?!) depois de revelar os seus dotes como “princesa do churrasco”, nos presenteou com mais um ilustre dote (cuidado Nídia, elas andam aí…): de dona de casa (desesperada não é ele eheh). E foi então que decidiu começar por comprar a primeira panela e o primeiro fervedor (há quem diga que já anda a ver o enxoval… vamos esperar para ver).


Quando esses dois se dirigiam para a escola, foram pensando em várias coisas: primeiro, com um sentimento de dever cumprido: temos panela, extensão, chocolates, e um fervedor; depois que estavam atrasadas e ainda que já estava na hora de comer. O que os animava era mesmo a certeza que os esperava um daqueles banquetes lautos. O caminho de ida é particularmente interessante. Passada a civilização, vêem-se montes e mais montes. E eis se não quando a neve… Sim, para além do gelo do chão começa a nevar… que lindo!!! E a caminho eis que se vê uma aldeia fantasma (futuro aldeamento?! Hum… há quem o diga… Uso de Capião e tal) e um centro de hipismo assim todo branco mesmo… não eram cavalos brancos (com aquele frio, quais cavalos..) era mesmo o chão: lindo!!! Esta parte da viagem até é importante porque ia um certo elemento de boca aberta: está a nevar… que lindo “nunca tinha visto!”.
Por volta da uma e meia já estávamos todos reunidos (faltando ainda os tais dois que chegariam mais tarde) e depois de uma missão de reconhecimento, toca a almoçar que já se faz tarde, (massa com bacon, natas… e o resto não se diz: o segredo é alma do negócio… uma boa forma de dizer eheheh) no quarto, pois juntinhos é que se está bem e como está frio… Ah… numa mesa, num espaço feito à medida mesmo… uma mesa que daria muito que falar. Mas aqui já não foi o sentido estético da nossa dona de casa (aquela que falamos à pouco) dizia: “primeiro comer, depois conviver e só depois arrumar!” Logo nos momentos iniciais já se tinha feito o primeiro contacto com o povo nativo, de resto, muito simpático. Pois, tínhamos fervedor, fogão, panela, comida… tudo tudo… mas falta o saco (the famous) e faltava, basicamente, o sal! E Lá se foi pedir o sal. “um bocadinho de sal para a refeição e tal” não é que nos dão um copo cheio! Alguém comentou logo: e que tal pedir um bocadinho de presunto? Ainda nos dão o porco! Ehehe gente simpática, os almofrelos?!
Já bem do estômago foi altura de, vestidos a rigor, com tudo por arrumar e a mesa ainda no mesmo local, por muito que custa-se a certas sensibilidades femininas mais apuradas, ir fazer a primeira caminhada pela neve! Numa viagem muito calma, tivemos oportunidade de tirar fotos muito bonitas, de fazer projectos de onde se faria o presépio deste ano e de conviver com mais alguns nativos. Dizia uma senhora (que diz um elemento, de olhar atento, estar de calças ao contrário, e outro comentar pertinentemente que com frio os pêlos têm a tendência a ser maiores enfim… coisas)… voltando à senhora… Ela dizia: “Nah percebo esta gente… todos correm para a serra da estrela para ver a neve… Uma vez organizamos aqui uma excursão à serra e nah vimos neve nenhuma… só pedras! Nem se podia comer (pihhh) só mosquitos!”. Também ficamos a perceber que o povo de Almofrela aderiu em grande ao Plano Tecnológico do Governo. Não só foram instaladas, pelo menos lá perto, ventoinhas eólicas, como também as pessoas utilizam frigoríficos sem electricidade, ou seja, basta colocar do lado de fora e é uma autêntica arca… com gelo e tudo!


Mas andando e andando, lentamente, como pedida a paisagem e o fumo que saía das chaminés, fomos até ao vale. Foi então o momento que se esperava: um forte nevão, muito suave, branco e tal, sobre a paisagem já carregada de tons claros, mas ainda com uma certa variedade, imposta pelas altas arvores, lá ao longe. Nesta viagem, que vos parece pequena, mas que não foi ainda encontramos vestígios de outras civilizações… A dado momento, deparamo-nos com um soldado russo, vindo das bases nucleares da Sibéria, parecia um pouco perdido, diga-se. Mas para compensar, aparece-nos um esquimó todo sorridente… que foi acolhido num iglo... ate de facto… não era para menos… o frio contrai os músculos! Mas como já foi dito, e só o sabe quem já esteve a apanhar a neve, aquilo é muito bonito e tal, mas molha. E como tínhamos alguns elementos com falta de material de ponta (venham os uniformes) lá regressamos a casa, na feliz e ingénua esperança de encontrar um lar aconchegante, quentinho (pelos aquecedores que lá tínhamos)… mas qual quê.. frio!!! Ponto da situação: um aquecedor a gás que não funcionava, diziam que era da corrente de ar ou do frio (mas os aquecedores ligam-se quando está frio… não percebi agora… bem) e o outro, daqueles a óleo, eléctricos, deitava a luz a baixo… que confusão… e quando se aguentava ligado… só um elemento sentiu, quando estava a comer sentado encostado a ele (“hum… está quente aqui… Porra que me queimei”).

Este ponto agora é muito importante. Para quê levar cancioneiros (papel, nem é ecológico…) se pode levar não um, não dois, não três mas quatro computadores. Sim e lá se procedeu ao primeiro ensaio das vozes 8estavam afinadas… mas falta do licor beirão…). Mas o frio era de raxar, então… mais cobertores para cima e toca a ver um filme: Panda Kungfoo. Novamente todos aconchegados para não se perder o calor que restava e entretanto chegaram mais dois ilustres! E foram muito bem vindos… Para alguns, um deles era como que o messias prometido: “confiança, quando ele chegar arranja isso…” e não é que arranjou mesmo?! É preciso ter fé!!! Terminado o filme, foi momento de voltar às canções enquanto se esperava por umas visitas importantes. Pessoal lá da terra, familiar de um elemento (e futuro de outro) e amigos. Bem, a visita foi muito frutuosa! Desde logo, um deles, lateiro parecia, comeu logo um chocolate branco (que mira) e meteu-se logo com a fera!!! Medo! E como o problema é dar o primeiro passo, o chocolate foi-se (e não foi só um que comeu!). Depois, naquela terra que tem uma capela e onde há capela há um tasco (que não sabíamos que existia) lá fomos até lá! Bem, um local típico, daqueles mesmo típicos! Não há nada como nos sentirmos em casa! “bem, quem passa aqui para este lado do balcão para servir o pessoal? Eu vou para cima, divirtam-se a pipa está ali! Já trago comida”…. E foi a festa total: um arraial! Entre um bom presunto, um bom vinho tinto (daquele que pinta e que faz tombar, mas primeiro cantar e com força), com umas fritas de salpicão, azeitonas, pão caseiro… (não vale a pena babarem-se eheheh) umas músicas e danças durante algumas horas… Ao som de gaita-de-foles, Bandolim, viola, bongós, som das traves da casa e das canecas… enfim… Já há muito que não se ouvia tamanho barulho por aquela terra e nós não víamos tamanha diversão (alguns, admito, talvez começaram a ter alguma dificuldade em ver… mas isso era do sono eh eh eh…) mas cantar também é muito bonito e tal, mas também faz doer a garganta e nada como curar com um bálsamo de Licor Beirão! E para finalizar em grande, um cafezinho feito à lareira numa jarra de barro… bem… bom bom bom! E a água ardente então… hum
Bem… já cansados mas muito animados, toca a voltar para casa, agora quentinha… pois os aquecedores estavam a funcionar para ver um outro filme: Madagáscar 2. Depois de sorrisos, entre frios, apertos, bocejos e alguns momentos de sono, lá nos fomos deitar! Supostamente haveria um elemento que estaria a vigiar os restantes, mas pelos vistos foi o primeiro a adormecer e o último a acordar e quem bem que dormiu… para inveja de alguns, diga-se! Mas a vida é assim…
E na noite estrelada (certamente estaria, apesar de estar o céu nublado) e com o nossa pequena boneca de neve cá fora (sim, tinha saia) chegou a noite à escola de Almofrela, naquele dia, mais tarde o que o habitual, mas certamente das mais alegres que ela já teve o prazer de acolher!

1 comentário:

cláudia disse...

eu é mesmo só pa fazer lembrar o frio que estava....eheh ou então n...