sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

"Convosco até num Iglo quentinho!" - A Prova - Definitiva

Chegados ao segundo dia, primeira alvorada, do dito fim-de-semana com muito frio, muita neve e amigos e mais amigos, eis que chega o momento de um dos ditos amigos tem de abandonar o acampamento, envolto em neve gelado. Pois, era tinha de ir trabalhar e como gente séria que são, há que por prioridades… (“vah… só mais um bocadito na cama… Não se pode dizer que esteja quente mas, pronto, sempre estou deitada”) Convém antes de mais salientar que toda esta descrição do acordar, que até parece cómica, não foi presenciada por quem escreve… estava a tratar de assuntos importantes. Continuando… Como é logo pela manhã que se devem fazer as boas acções, sob perigo de depois serem esquecidas ou de não haver tempo, houve um sentimento geral de preocupação para com um elemento que estava muito parado, visto que todos já tinham acordado… Os mais alarmistas diziam que já tinha congelado, os mais calmos e sensatos diziam para o deixar dormir, pois ele é que está bem, os mais solícitos até se levantaram para por, não um, não dois, não três, não quatro mas talvez um 6 cobertores… Se tivesse congelado ia derreter, se tivesse a dormir quente e tal, acordaria suado e com um peso bruto sobre si, o que seria de estranhar visto ter dormido sozinho. Depois da partida já anunciada, toca a levantar…

Como os Amigos do Iglo agora têm mães mais que solicitas que telefonam às 2h da madrugada (penso.. :S) para saber se desligaram o aquecedor (não vão se esquecer e a casa pode incendiar, aquilo rebentar, morrer intoxica……… ai meus Deus) e às 8 da manha (madrugada?) para saber se já acordaram, se está tudo bem… Ouve protestos, alguns que ainda ressabiaram um pouco… mas a coisa lá passou… “Parece que temos de fazer uma terapia de choque à senhora Iolanda” foi a frase que ficou. Então, depois de um pequeno almoço reconfortante, com pão lá da terra mesmo… Depois, de equipados e completamente preparados, com os fatos, botas, luvas, cachecóis, gorros, fatos-macaco (para quem de direito), lá iniciaram a dita caminhada pela aldeia pintada de branco, e já cheia de visitantes em carros, motas, bikes e a pé…



O trilho era de 15 Km, e no plakar que o apresentava, parecia ser muito interessante e com coisas, de facto, muito bonitas, por isso acabaram por decidir fazer apenas uns quantos quilómetros… até aos moinhos que são já ali. Não…, ali… Não…, ali! Fogo… Pronto, são já lá embaaaaaaaaiiiiiixo. Toca a descer entre rochas cheias de gelo, no meio de paisagens cobertas de neve… à medida que desciam, a neve ia desaparecendo, transformando-se em bonitas correntes de água, sobre as pedras… Que bonito era… (e que escorregadio… que o digam alguns lol). Uma foto aqui, outra foto ali, mais um moinho aqui, ora outro ali… de facto, paisagens bonitas… Chegados ao último moinho (último para nós) toca a subir: é hora de voltar!



E ao longo do caminho de regresso, eis que houve uma revelação! Já cansados, exaustos, ora com frio e aperta-se o casaco, ora suados e com calor e desaperta-se (confusão) vêem-se deparados com um lindo campo coberto de neve… E qual foi a primeira ideia? “Ai e tal, vamos tirar uma foto” Depois da foto, já que estavam no meio da neve, porque não? GUERRA! E vai uma bola de neve para ali, e outra para ali… e uma mesmo aqui! Passados longos momentos de diversão, é hora de regressar a casa… “Mas estamos cansados…” “ai que já não me seguro”… Que fazer? “Meninos e meninas, temos aqui neve… muita neve… e que tal fazermos um iglo?!” ah eu acho que é giro, ah eu também… (enquanto alguns estavam ainda no momento de concordar e tal, já outros estavam empenhados a fazer grandes bolas de neve) Puxa aqui, levanta ali, agarra ali, molha aqui… e pronto o iglo foi-se construindo!



Um como o arquitecto mais empenhado, outros como simples trolhas, outros como encarregados, outros como jornalistas, bloco a bloco (ou bola a bola) o Iglo foi surgindo e distinguindo-se de todo o amontoado de neve envolvente.



Passado um longo tempo, já com os dedos congelados, depois ajustar todas as arestas de modo a ficar, assim, redondo: eis a nossa obra-prima! Finalmente os Amigos do iglo têm uma casa! Um iglo, digno desse nome! Depois de olhar bem para ele e de fazer as devidas medidas, chegou-se à conclusão que era um T0+6. A verdade é que tinha lugar confortável para três pessoas. (a próxima aquisição será mais uns arrumos, ao lado, Tv cabo.. e…)



O certo é que ficou lindo! E não era simplesmente um Iglo, por mais direito ou redondo que estivesse, era o Iglo dos Amigos do Iglo. Dos que sentiram o prazer de o fazer e daqueles que não estavam lá; dos que deixaram de sentir as suas mãos, apanharam com neve na cabeça, nos bolsos e pelos braços acima e daqueles que estavam algures num país lá na África; dos que quiseram passar um fim-de-semana calmo junto dos seus amigos e daqueles que não o puderam. Porque, no fundo, no momento em que cada um dos que o fizeram lá entrou, não foram só eles que entraram, mas todos os Amigos do Iglo. E assim, ainda que só alguns tenham sentido verdadeiramente o frio que se fazia sentir, todos sentem o calor de quando estamos todos juntos, bem lá dentro!



Nós somos os Amigos e o Iglo! E ainda que aquele que tenhamos feito derreta, o Iglo permanece para nos abrigar do frio dos dias de tempestade.
Deste fim-de-semana em que passamos no meio da neve e do frio, todos voltamos mais quentes, com pequenas bolas de neve no Coração!

1 comentário:

cláudia disse...

Oh que fixxxxe!
Está muito bonito.
Hum aquilo era um T0+3.
Esqueceu só referir que se tentou fazer fondue de chocolate com frutas que acabou por ser um chocolate quente, e que houve algumas revelações enquanto se cortava a fruto, E que o repasto do almoço foi muito bom, massinha à la Nando...
eheh