segunda-feira, 13 de julho de 2009

De comboio para o Porto

Entrei no comboio, como tantas vezes faço, sentei-me no meu lugar, sem fazer nada. Quase em cima da hora da partida surge um rapaz, senta-se à minha frente. Traz um telemóvel na mão, manda sms, traz outro encostado à orelha, vai falando. E o comboio parte. Eu continuo sentada. Observo e escuto. O rapaz continua sentado. Escreve e fala. Fala sobre dor, sobre amor, sobre a dor de sentir amor. A conversa, que dura 1h45, pode ser resumida em poucas linhas:

quero-te
não te tenho...
quero-te como eu queria que fosses
não te tenho como tu és...

As ideias repetem-se. A quebras de rede ajudam a repetir palavras. A dada altura o rapaz fala um pouco mais alto “percebes o que te estou a dizer?”.
Nós, seres humanos, antes de termos linguagem também comunicávamos. Eu gostava muito de saber como.

2 comentários:

Anónimo disse...

era no tempo em que as acções correspondiam aos sentimentos

cláudia disse...

Ei...tão lindo....também quero...

Espera lá...o gaijo não a queria como ela é e por isso não a tinha...oh Cocas porque não o avisaste?

Love é tão Lindo...